Que mulher não fica ansiosa com a proximidade da chegada de um filho? Contudo, a ansiedade à flor da pele pode desencadear sintomas indesejados para mãe e para o bebê. A ciência já comprovou que, aliados ao peso, a fatores genéticos e a uma alimentação desequilibrada, o estresse e a ansiedade podem levar a um quadro de hipertensão arterial.
Os medos e incertezas de uma gravidez são uma verdadeira panela de pressão para a futura mamãe: estatísticas apontam que pelo menos 10% das gestantes sofrem de pressão alta. Além de dores de cabeça, cansaço, inchaço e palpitações, se a alteração na pressão não for tratada a tempo, o quadro pode agravar evoluindo para a eclampsia, principal causa de morte materna no país. Realmente, não é brincadeira.
São conhecidos três tipos de manifestação do problema durante a gestação:
• Hipertensão Crônica: a hipertensão arterial já existia antes mesmo da gravidez, continuou durante e após a gestação.
• Hipertensão Transitória: surge durante a gestação e, como o próprio nome diz, tende a sumir até dois meses após o parto.
• Hipertensiva Específica Da Gravidez (DHEG): quando a hipertensão surgida durante a gravidez (geralmente após a vigésima semana gestacional) evolui para um quadro mais grave, trazendo riscos para mãe e bebê, temos a chamada DHEG que compreende a pré-eclampsia e a eclampsia.
Se o aumento da pressão arterial ocorrer no final da gravidez (a partir do quinto mês) e for acompanhada de sintomas como aumento de proteína na urina (espuma na urina), inchaço importante nas pernas, mãos e rosto, dores de cabeça e confusões visuais, estamos diante de um quadro de pré-eclampsia. Falta de ar, cansaço, dores abdominais, menor presença de líquido amniótico no útero e redução do crescimento fetal são outros fatores que denunciam o quadro.
Perigosa, a pré-eclampsia pode evoluir para a eclampsia (aparecimento de convulsões) colocando em risco a vida da gestante e do bebê. Nesses casos, a pressão sanguínea sobe de tal forma que diminui a quantidade de sangue que chega ao cérebro da mãe e, consequentemente, ao feto. Quando isso ocorre, a interrupção da gravidez ou a indução do parto torna-se necessária.
Quando não se consegue controlar a hipertensão e ela oferece risco de morte fetal e complicações maternas, a cesárea torna-se necessária, pois com a retirada da placenta, o problema tende a desaparecer. No entanto, em casos mais leves, repouso e controle da pressão já costumam ser suficientes.
Não se preocupe: mesmo quando constatada antes da gestação, a hipertensão não impede uma gravidez. Basta o acompanhamento pré-natal regular para evitar o agravamento do caso. Aliás, a melhor forma de evitar as complicações da hipertensão arterial na gravidez é o diagnóstico precoce da doença durante o pré-natal. Ele é feito através da aferição da pressão arterial e da dosagem de proteína na urina. No entanto, uma alimentação equilibrada, a prática de exercícios físicos e a perda de peso podem ajudar.
É recomendado que, associado ao uso de medicações anti-hipertensivas, a gestante leve uma dieta pobre em sal e sódio, aumente o consumo diário de líquido, pratique alguma atividade física, frequente sessões de drenagem linfática e, ainda, evite o estresse, o consumo de bebidas alcoólicas e o fumo, pois esses fatores estão diretamente ligados a problemas do coração.